sábado, 17 de outubro de 2009

QUANDO AS ANTAS FOREM OS JUÍZES DOS HOMENS!

Não sei se pela minha amazonicidade e espírito florestal, mas desde o início da jornada que sempre me senti afetado pela declaração de Paulo de que a natureza geme, aguardando a redenção, visto que ela está sob escravidão, e que a tal servidão não foi a ela imposta por qualquer transgressão dela própria, mas em razão da vaidade de outrem.
Boa parte de meu sentir ecológico se origina daí. No entanto, não me era possível visualizar o que teria sido o espetáculo histórico que teria permitido a Paulo ter aquele vislumbre.
Revelação e vislumbre. Vislumbre e Revelação.
Isto porque para mim, que sou filho do século XX e invasor do século XXI, é fácil ler aquelas palavras e dar a elas um sentido esmagador, e que me vem da constatação global e cósmica que possuo como filho deste tempo global e cósmico. Para mim é fácil ver que a presença do homem na Terra é a tirania da vaidade sobre a vida e a natureza. Eu posso ver isto. Mas como poderia Paulo ver isto? Sim, pois nos dias dele a natureza, do ponto de vista ecológico, ainda não estava totalmente esmagada pela vaidade do homem. A Terra ainda era dona da maior parte de si mesma, e a natureza ainda se pertencia com significativa liberdade.

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